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A transformação digital das vagas de emprego ainda é falha

Boa parte das oportunidades de trabalho que estão disponíveis no mercado ainda não foram digitalizadas, ou seja, estão fora da internet

Quando falamos em empregos, vagas disponíveis, profissões do futuro e etc, é muito comum encontrarmos aquela listinha de funções técnicas, geralmente relacionadas à tecnologia – e é um fato que esses cargos costumam pagar bem. Mas o que pouco se fala é sobre a demanda quase constante de funções consideradas mais simples. São os famosos cargos operacionais.

Infelizmente, cargos mais técnicos ainda são privilégio de alguns em um país ainda com muita desigualdade social. Para piorar, passamos por crises e pandemias que deixaram marcas que irão perdurar por anos sob o ponto de vista emocional e econômico. Mas o que podemos esperar hoje do mercado de trabalho?

A retomada do comércio pós-pandemia traz consigo um desafio: contratar para os cargos perdidos no período de lockdown. Por mais que exista o desemprego em números alarmantes, também há dificuldade por parte de quase 10 milhões de profissionais em encontrar essas oportunidades. Mas por que isso ocorre? Dentre muitos fatores, a falta de acesso às vagas pode ser uma resposta.

Pesquisas realizadas por plataformas de vagas, apontam que boa parte das oportunidades de trabalho que estão disponíveis no mercado ainda não foram digitalizadas, ou seja, estão fora da internet. O fato é que a transformação digital das vagas de emprego é parcial e, infelizmente, ainda não atingiu todas as camadas sociais.

Falamos daquelas plaquinhas em portas de restaurantes, cartazes procurando por um vendedor para a loja de bairro ou até mesmo daquele status do Whatsapp buscando por um auxiliar de limpeza. Essas vagas podem parecer invisíveis para muitos, mas são elas que fazem boa parte de nossa roda econômica girar.

Segundo dados do aplicativo Trampolim, das quase 5 mil vagas abertas, 47% representam vagas encontradas na rua. Isso é um grande representativo de que as oportunidades estão espalhadas por aí. E o melhor é que são vagas que, em sua maioria, não exigem uma formação específica, curso superior ou algo do tipo.

Outra pesquisa realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), apontou que da marca de 1,5 milhão de empregos gerados no acumulado de 2022, as micro e pequenas empresas foram responsáveis por 1,1 milhão, mais de 70% das vagas totais.

Vale lembrar que, assim como os candidatos, os pequenos empresários também precisam de ferramentas para que suas vagas alcancem os profissionais. Por isso percebemos a necessidade de soluções no mercado de recrutamento e seleção para aproximar os candidatos dessas vagas offline, que ainda dependem que a pessoa passe na frente do local para saber da sua existência.

O cenário é promissor. A retomada de contratações é um fio de esperança para tantos brasileiros que ainda lutam pela dignidade de ter o seu sustento. Afinal de contas, não basta existir oportunidades, elas precisam chegar até as pessoas. Esse deve ser um compromisso na luta pelo desemprego

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