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Você é um líder que responsabiliza ou culpa?

Quando somos responsáveis, respondemos pela nossa vida, pelo nosso trabalho, pelas nossas tarefas, etc.

O que é culpa e o que é responsabilidade?

Qual é a diferença entre essas duas palavras?

Quando somos responsáveis, respondemos pela nossa vida, pelo nosso trabalho, pelas nossas tarefas, etc. A responsabilidade traz movimento e ação.

E a culpa? Por que se sente culpa? Sentimos culpa quando provocamos em alguém, prejuízo material, espiritual ou moral. Ao contrário da responsabilidade, a culpa paralisa, porque não há mais o que fazer. Pode-se até reparar, mas o que foi feito está feito.

Vamos trabalhar esses conceitos em quatro dimensões:

Primeira dimensão: Liderança

Percebo minha equipe como responsável ou não? Como líder, atribuo responsabilidades para a equipe? Delego com clareza? Delego tarefas que são compatíveis com as competências e alinhamentos feitos com a equipe? Delego de uma forma responsável?

Segunda dimensão: Equipe

Será que as pessoas que fazem parte da equipe são as adequadas para o resultado que será construído? Essas pessoas são aptas a entender as orientações? Ser responsável é construir uma equipe competente. É muito importante saber se o time está pronto para assumir as responsabilidades e chegar nos resultados esperados.

Terceira dimensão: Comunicação

Ninguém assume responsabilidades se não entende o que vai fazer. É normal que se queira orientar da forma como entendemos. Isso não é ser responsável. Ser responsável é se comunicar na forma como as pessoas conseguem entender. Às vezes, é necessário mostrar o que se quer, outras vezes apenas falar na velocidade e na linguagem que as pessoas entendem.

Ser irresponsável é deixar que as pessoas se sintam culpadas, pois só o ego de quem culpa fica feliz… “o problema não está comigo, é da outra pessoa”. No entanto, fazer com que alguém se sinta culpado, além de paralisar a pessoa, não resolve o problema. Quando o foco é na responsabilidade, o problema pode ter ocorrido, mas o chamado à razão, leva as pessoas a se movimentarem.

Ainda tendo o foco “comunicação” como direcionador, o alinhamento de expectativas é uma grande responsabilidade da liderança. A responsabilidade é construída quando se coloca claramente o que se espera da equipe e se ouve, também, o que a equipe espera do líder. E aqui cabe um cuidado: há pessoas que não sabem dizer “não” e aceitam a responsabilidade por um volume de coisas acima do que seria razoável. Cabe também ao líder não aceitar essa postura de colaboradores que, apesar de mostrarem comprometimento, são irresponsáveis com o reconhecimento das próprias limitações.

Cobranças muito intensas geram estresse e paralisam quem não tem competência para lidar com esse tipo de gestão. Portanto, não é ser responsável cobrar intensamente quem não está preparado para tal, O que se consegue, nesses casos, é uma paralisa na ação ou a utilização de mecanismos de defesa.

Quarta dimensão: Cultura da empresa

Há empresas cuja cultura favorece a busca de culpados. A primeira pergunta diante do problema é: quem foi? No entanto, quem estabelece a cultura da empresa são os líderes. Portanto, empresas com essa cultura deveram pensar em alterar a pergunta para: quem assume a responsabilidade e resolve essa questão / situação / problema?

A culpa traz arrependimento e sofrimento. Como ninguém gosta de sofrer, cria-se mecanismos de defesa dos mais variados: negamos o ocorrido, colocamo-nos em uma posição de vítima, acusamos outra pessoa, falamos que o problema está no tempo e no acúmulo de tarefas, ou seja, a culpa gera desculpas. E as desculpas são carregadas de mecanismos de defesa: a culpa foi de “fulano”, não minha, foi o tempo, foi a chuva, me atrasei, não existe problema nenhum, eu sabia que isso não ia dar certo, avisei etc.

Culpa e responsabilidade são sentimentos próximos, que caminham juntos, às vezes a culpa se confunde com competência ou incompetência. E não há o que fazer. O propósito e valores alinhados à ação ajudam a reconhecer as competências e lidar com as incompetências de forma a não se tornarem problemas. Ou seja, quando se é responsável por algo cujo propósito e valores são conhecidos e alinhados com o propósito e valores pessoais, grande parte da situação é resolvida, seja porque a responsabilidade é assumida com vontade, a delegação feita com segurança, seja porque nada será feito que coloque em perigo o propósito e os valores.

A forma tríplice como grande aliada à responsabilidade

Além dos aspectos já mencionados, a fórmula tríplice é uma grande aliada: autoconhecimento, autoconfiança e autoliderança. Conhecer os pontos fortes e limitações ajuda a assumir o que se pode assumir. Autoconfiança permite que a responsabilidade seja chamada para si, uma vez que quem tem confiança em si mesmo(a), sabe que é confiável e sabe em quem confiar. E a autoliderança que permite que cada um se conduza de acordo com valores e propósitos

Agora o trabalho é de cada um. Observe suas responsabilidades e separe-as do sentimento de culpa. Vá para a ação. Solucione e não culpe.

E, fica aqui, mais uma vez, a pergunta: Você é um líder que responsabiliza ou culpa? E ainda, nos outros papéis da sua vida, você responsabiliza ou culpa?

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