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Geração Z exige promoções rápidas e redefine hierarquias no mercado de trabalho

O estudo da Robert Walters também destaca um deslocamento nas prioridades de carreira

A Geração Z, o mais recente contingente de jovens profissionais no mercado de trabalho, tem expectativas elevadas em relação à sua progressão de carreira. Um estudo realizado pela empresa de recrutamento Robert Walters revela que muitos desses jovens esperam ser promovidos a cada 12 a 18 meses e consideram mudar de emprego caso essa expectativa não seja atendida.

Historicamente, títulos como “lead”, “principle”, “partner” e “VP” eram conquistados após anos de experiência e trabalho árduo. No entanto, essa dinâmica parece estar se transformando. “Muitos profissionais agora recebem tais títulos nos estágios iniciais de suas carreiras”, observa Bruno Martins, senior manager da Robert Walters Brasil.

Após a pandemia, os jovens profissionais notaram o aperto do mercado, especialmente nos níveis mais iniciais. O cancelamento de programas de pós-graduação durante o pico da crise contribuiu para esse cenário. “Se não conseguem a promoção ou o título que desejam de seu atual empregador, eles estão cientes de que poderão encontrar essa oportunidade em outro lugar”, afirma Martins.

O estudo da Robert Walters também destaca um deslocamento nas prioridades de carreira. Enquanto gerações anteriores valorizavam mentoria e orientação, muitos da Geração Z parecem dar preferência a cargos sênior, mesmo que não possuam as qualificações tradicionais para tais posições.

Martins pontua que a Geração Z está conduzindo um local de trabalho mais individualista. “Eles priorizam a senioridade imediata e cargos de alto nível, muitas vezes em detrimento das habilidades interpessoais tradicionalmente valorizadas”, comenta.

Contudo, não são apenas os jovens que estão impulsionando essa mudança. Muitas empresas veem na “inflação de títulos” uma estratégia para reter talentos, principalmente ao competir com grandes corporações. Uma pesquisa da Universum mostrou que a Geração Z tem preferido pequenas e médias empresas em detrimento das grandes multinacionais.

No entanto, essa “inflação de títulos” pode ter um lado negativo. Martins adverte os empregadores sobre os riscos dessa tendência, salientando que designar títulos sênior a posições juniores pode ser contraproducente. Além disso, jovens da Geração Z têm expressado preferência por uma hierarquia mais plana, com a possibilidade de se tornarem equivalentes a executivos em cerca de cinco anos.

A mensagem é clara: as empresas precisam adaptar-se à nova mentalidade da Geração Z para garantir a retenção e satisfação desses talentos.

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