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Quase 30% dos profissionais não saberia reportar um caso de má conduta

Com relação à existência de canais de denúncia nas empresas para relatos de má conduta, a pesquisa mostra que metade dos entrevistados (50%) não confia que as informações de identidade não serão gravadas caso façam uma acusação.

De acordo com o estudo “Percepções dos funcionários sobre ética e inclusão no trabalho: nível de confiança no programa de integridade das empresas“, desenvolvido pela SafeSpace em parceria com o Instituto QualiBest, uma parte dos entrevistados (20%) trabalha em empresas que não possuem canal de denúncia que funciona como o principal mecanismo de um programa de ética e integridade. Outros 19% não sabem se a empresa oferece um canal de comunicação específico para que os funcionários relatem os problemas, o que mostra que mesmo entre as empresas que têm canal de denúncia, ainda existe uma lacuna em termos de acessibilidade e divulgação.

Ao todo, foram entrevistados 682 internautas, sendo 341 homens (50%) e 341 mulheres (50%). Entre os entrevistados, 64% trabalham em empresas com mais de 300 funcionários.

Com relação à existência de canais de denúncia nas empresas para relatos de má conduta, a pesquisa mostra que metade dos entrevistados (50%) não confia que as informações de identidade não serão gravadas caso façam uma acusação.

O estudo também mostra que 46% dos respondentes não confiam que apenas quem está envolvido no processo de apuração terá acesso às informações dos relatos enviados pelo canal de denúncia.

“Por isso, os canais de denúncia são essenciais nas empresas, pois proporcionam aos funcionários um meio seguro e confidencial para relatar problemas relacionados a má conduta. Os canais de denúncia ajudam a construir a confiança dos funcionários na organização, assegurando que os problemas sejam investigados e tratados adequadamente. Dessa forma, ao valorizar e fortalecer esses canais, as companhias protegem os direitos e o bem-estar de seus colaboradores”, explica a CEO da SafeSpace, Rafaela Frankenthal.

O estudo questiona também se os funcionários entendem a função de um comitê de ética, figura essencial de um programa de integridade bem estruturado. Para 59% dos respondentes, não há clareza quanto às funções de um comitê de ética. Além disso, quase a metade (45%) não conhece os integrantes do comitê de ética das empresas em que atuam, o que aponta para uma falta de transparência nos processos.

A pesquisa também revela que um terço (33%) dos respondentes não receberam o código de ética de conduta das companhias em que trabalham. Somente 30% de fato entendem a finalidade do código de ética e 27%, por sua vez, não saberiam reportar uma situação de má conduta.

“É fundamental, dentro de uma corporação, que todos os colaboradores compreendam a importância do código de ética e, mais ainda, tenham acesso a esse documento essencial, pois é por meio dele que se guiam as ações e decisões que garantem o respeito e a responsabilidade em todos os aspectos das atividades exercidas pela empresa. Ao conhecer e internalizar seus princípios, os funcionários tornam-se agentes de conduta ética, promovendo um ambiente de trabalho ético, seguro, inclusivo e alinhado com os valores da organização”, complementa Rafaela.

Veja mais: Como é trabalhada a ética na sua empresa?

Pessoas não acreditam que casos de assédio dentro das empresas são tratados de forma imparcial

De acordo com o levantamento, 25% dos respondentes não acham que os casos de assédio sexual são ou seriam tratados de forma imparcial pelas empresas. Entretanto, 47% entendem que os casos de assédio moral são tratados de forma imparcial. O estudo também mostra que 42% concordam que os esforços de combate à má conduta das empresas estão comprometidos por interesses de receita.

“O assédio, tanto moral quanto sexual, é uma das formas de má conduta mais difíceis de identificar e combater. Por consequência, hoje é o problema que mais traz impactos negativos para o ambiente de trabalho e a capacidade de identificar e resolver casos internamente é um reflexo direto da saúde e resiliência do programa de ética e integridade de uma empresa. Quando ouvimos a percepção das pessoas sobre esse ponto especificamente, enxergamos uma lacuna de confiança e falta de informação”, finaliza Rafaela.

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