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Os três requisitos para um empreendedor de sucesso, segundo o sócio brasileiro da Benchmark
Durante Brazil at Silicon Valley, Victor Lazarte diz que escolhas de investimentos vão além das métricas
Qual o segredo para um empreendedor alcançar o sucesso no setor de tecnologia? Para o brasileiro Victor Lazarte, ex-CEO da Wildlife e um dos sócios da Benchmark, além de ter uma boa ideia, é preciso ser um pouco desagradável.
Em 2010, Lazarte fundou a desenvolvedora de jogos de celular Wildlife Studios com seu irmão Arthur. A empresa foi uma das primeiras startups do Brasil a se tornar um “unicórnio” — status concedido a companhias que alcançam um valor de mercado igual ou superior a US$ 1 bilhão.
No ano passado, Lazarte deixou a posição de CEO da desenvolvedora e se tornou sócio da Benchmark, uma das gestoras de venture capital de maior prestígio no Vale do Silício, nos EUA.
Por lá, cada um dos cinco sócios faz, geralmente, apenas um grande investimento por ano.
Nesta terça-feira (9), o executivo participou de um dos painéis do Brazil at Silicon Valley, evento organizado por estudantes brasileiros das universidades de Berkeley e Stanford, nos EUA.
Trazendo exemplos da sua trajetória como empreendedor, Lazarte explicou que suas escolhas de investimentos vão além das métricas.
“Na Benchmark olhamos para qual setor a empresa está posicionada, mas olhamos principalmente para a pessoa. Uma coisa que é muito importante para nós é pensar em qual a motivação do empreendedor”, diz ele.
Para o executivo, são três os requisitos para o sucesso: ter mente aberta, ser organizado e ser um tanto desagradável.
“Precisamos de alguém que tenha opinião e que seja teimosa. Você quer sentar na frente dessa pessoa em uma reunião e não quer ficar relaxado”, explica Lazarte.
Além de um bom “chefe”, as startups precisam atuar em mercados grandes, onde há espaço para crescimento: “Fazer uma barraca de limonada pode ser um negócio bacana, mas isso não é venture business”, diz Lazarte.
As perspectivas para empresas de IA no Brasil
Na visão do executivo, algumas empresas podem ser criadas e ter sucesso em qualquer lugar, enquanto outras precisam estar em locais específicos: “Se você quiser abrir uma companhia que desenvolve novos modelos de inteligência artificial, não acredito que vai dar certo no Brasil”.
“Os grandes laboratórios começaram com pessoas que saíram de outras grandes empresas. A Anthropic foi formada por ex-funcionários da OpenAI, e a OpenAI é feita por pessoas que saíram do Google”, explica ele. “Seria muito difícil convencê-los a se mudarem do Vale do Silício para o Brasil”.
Perguntado sobre o que faria se não estivesse na Benchmark, Victor Lazarte disse que criaria uma nova empresa de inteligência artificial.
“Computadores existem há algumas décadas e os humanos estão sempre aprendendo a linguagem dos computadores. E agora, com a IA, computadores estão aprendendo a linguagem dos humanos. Eu criaria uma empresa que ajudasse pessoas a falarem com computadores”.
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